CTS PRODUÇÕES: OBSERVAÇÕES (CINEMA) #1

OS OITO ODIADOS

Por Jony Pereira

Antes de começar a escrever sobre o filme, tenho que explicar algumas coisas. Os textos que serão escritos não terão a pretensão de ser uma crítica oficial e não usará termos técnicos ou acadêmicos. Aqui serão expressas somente ideias na visão de um fã de cinema. A ideia também não é ter spoilers, mas em alguns casos (que serão poucos) serão abordados temas com mais profundidade para discussões sadias. Nesses casos será avisado no começo do texto para que o leitor não prossiga, caso ainda não tenha visto o filme em questão.

Quentin Tarantino está de volta com seu filme western (filme de faroeste ou cowboys) Os Oito Odiados, filmado no colorado, EUA. Sendo este nome uma referência aos oito personagens da história, ou também pode ter a ver com o fato de ser seu oitavo filme. A produção tem tantas coisas interessantes que fica difícil saber por onde começar. Bem, algo interessante de se falar é que Os Oito Odiados foi filmado em 70 milímetros. E o que seria isso? É uma forma de filmagem que captura uma imagem mais ampla da cena, uma imagem mais panorâmica e de melhor qualidade, pesquisei um pouco sobre isso e vi que são 252 megapixels de imagem. Esse tipo de filmagem que alarga a imagem já foi muito usado no passado, por volta dos anos 50 e 60, mas por ser muito cara, não foi mais utilizado, até agora pelo menos.

Quentin Tarantino se dedicou muito neste filme, como em todos os outros, logicamente. Seus filmes são muito bons, não é a mesmice que se vê nos filmes atualmente, onde logo no começo do filme já se pode ver o que está para acontecer, quem pega quem, quem morre, etc. Quentin Tarantino é diferente em tudo, seus roteiros são muito bem escritos, diálogos e monólogos excelentes, a história não corre de forma linear, às vezes não segue uma sequência lógica, mas mesmo assim quem assiste não fica perdido, e sim com vontade de descobrir os mistérios que vão surgindo no decorrer da trama. A história te envolve, é convidativa e sempre surpreende com os acontecimentos.

O filme é dividido em seis capítulos, a primeira parte se passa em uma carruagem onde é construído um dialogo muito interessante e o restante se passa em uma casa que parece ser uma pousada para viajantes. O filme é composto basicamente por diálogos, mas diálogos muito bons e dinâmicos que te deixam curioso pra poder saber qual o mistério da trama.

Nos EUA o filme teve três horas e dois minutos com um intervalo de doze minutos. Foi apresentado como uma peça. Aqui no Brasil não tem a versão 70 mm, por isso não vamos poder absorver do filme tudo o que ele pode oferecer, mas isso não interfere na história. Dá para se divertir e se impactar com a obra de Tarantino.

O elenco é excelente composto por, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Samuel L. Jackson, Walton Goggins, Demian Bichir, Tim Roth, Michael Madsen, Bruce Dern, Channing Tatum.

Esse filme, segundo algumas pesquisas, faz certa crítica ao problema da policia contra os negros. Tarantino participou de um protesto contra a violência, isso não foi bem visto por policiais e pessoas da área, algo que acarretou em represálias e o lançamento do filme correu risco de sofrer boicotes. O filme toca sim nessa questão racial, tem algumas cenas fortes e, muitas vezes, diálogos escrachados.

Bom, agora vamos para o filme propriamente dito. Uma coisa muito interessante nesse filme é que parece que não tem um protagonista, todos os personagens tem um papel importante na historia, todos parecem ter uma mesma importância. Logicamente que tem uns que se destacam mais que os outros, mas se um deles faltasse não seria a mesma coisa, todos foram indispensáveis. A história se passa uma década depois da guerra civil americana. Tarantino diz que tem muita representação simbólica da batalha de Baton Rouge, mas a história do filme é de sua autoria.

Três personagens estão em uma carroça (local onde se passa boa parte do filme) no caminho encontram mais dois pedindo carona porque a nevasca ta muito forte. A partir daí os mistérios já começam. Eles estão indo para a cidade Red Rock mas tem que parar no armazém da Minnie, para esperar a nevasca passar e eles prosseguirem viagem. La encontram mais quatro personagens. A partir daí o filme se passa todo no armazém e a historia é sustentada apenas por diálogos e atuações fantásticas. Por ser filmado em 70 mm o cenário pode ser visto como um todo, possibilitando ver os personagens principais da cena, mas também a reação dos outros personagens cada um no seu canto fazendo alguma coisa que pode dizer algo que tenha haver com a trama.

Daí por diante esta por conta de vocês. Aqui foi só um panorama geral do filme e dos bastidores, agora é só assistir. Lógico que o filme tem seus defeitos, mas como disse antes, aqui é somente uma visão de fã e não de um crítico profissional. Mas vou deixar os links dos vídeos e textos que pesquisei pra que se alguém tiver curiosidade ou quiser saber algo com mais detalhes ou mais profundidade possa pesquisar e ate ir mais alem dos sites que pesquisei.

Para concluir, Quentin Tarantino foi muito elogiado por esse filme. As pessoas estão vendo nele uma evolução como diretor. Não dizem que essa é sua melhor obra, mas a evolução na direção, no texto e na trilha sonora é evidente. Dizem que esse filme foi uma declaração de amor do diretor ao cinema. Ennio Morricone é um compositor de musicas para western das antigas e faz a trilha sonora do filme de Quentin Tarantino. Essa união foi muito boa mesmo. Fizeram uma obra prima.

De todos os vídeos e textos que pesquisei tenho que citar um vídeo do Marcelo Silva do canal do youtube Pós – Créditos onde ele diz que esse filme é como o vinho, que com o tempo só fica melhor e que em um primeiro momento o filme não parece ser muito bom, mas quando se começa a pensar no filme mais se gosta dele porque se passa a perceber as coisas boas que ele tem para oferecer e acaba se percebendo o cuidado que o diretor teve para fazer o filme. Bom é isso, espero que gostem e até o próximo texto.